domingo, 9 de janeiro de 2011

Maria Moura, mas poderia ser Vania Sanches

"ALÉM DO MAIS, EU TINHA HORROR A CASAMENTO. UM HOMEM MANDANDO EM MIM, IMAGINE; LOGO EU, ACOSTUMADA DESDE ANOS A MANDAR EM QUALQUER HOMEM QUE ME CHEGASSE PERTO."

"UM HOMEM ME GOVERNANDO, ME DIZENDO - FAÇA ISSO, FAÇA AQUILO, QUAL! CONSIDERANDO TAMBÉM DELE TUDO QUE ERA MEU, NEM EM SONHO - OU PIOR, NEM EM PESADELO. E ME USANDO NA CAMA TODA VEZ QUE LHE DESSE NA VENETA. AH, ISSO TAMBÉM NÃO."

"VOCÊS ATIRAM, MAS SOU EU QUE ESCOLHO A HORA DE PUXAR O GATILHO."

Memorial de Maria Moura
Rachel de Queiroz

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Não há limites

Revirando a casa num desses feriados me deparei com Fernão Capelo Gaivota (Richard Bach), não resisti e em 40 minutos já havia feito a leitura (creio que pela terceira vez) da vida da tal gaivota teimosa... valeu a pena!!! Eu estava precisando. Fica aí minha sugestão de leitura fácil, rápida e que serve prá vida inteira.

Todos nós deveríamos ter um pouco de Fernão.



Bjs

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A saga do óculos

Meu assunto é novamente sobre usar óculos. Vocês já repararam que quem é míope não OUVE bem quando está sem óculos.

Sei que parece estranho, mas isso acontece comigo com muita frequência. Estou em alguma atividade sem os óculos, lembrem-se que eu enxergo muito bem de perto, e aí alguém que está a uma certa distância me chama e fala alguma coisa. Pronto, lá vou eu colocar os óculos prá OUVIR melhor, muitas vezes chego ao cúmulo de pedir prá pessoa repetir o que falou depois que estou com óculos. Tem gente que nem repara nesse detalhe, porém tem pessoas que não perdem a oportunidade de tirar um sarrinho da minha cara.

Não sei se isso tem alguma explicação lógica, o que eu consigo pensar é que quando estou sem óculos me concentro em tentar enxergar e esqueço de ouvir. Será que isso é possível? Outra explicação seria a leitura labial, mas aí também é acreditar que, além de míope, estou ficando surda, e isso seria o fim. Míope e Surda! O que mais falta? Artrite, artrose, Alzheimer? Preferia o tempo em que o que mais me incomodava eram as cólicas menstruais e a dor nos joelhos, tão características do crescimento.

Se alguém souber de alguma outra explicação prá não OUVIR quando estou sem óculos, tô aceitando.

Bjs a todos

domingo, 25 de julho de 2010

Li e Gostei

O Código da Inteligência - Augusto Cury

"O ser humano é tão criativo que, quando não tem problemas, ele os cria."

"Todo ser humano passa por turbulências em sua vida. A alguns falta o pão na mesa; a outros, a alegria na alma. Uns lutam para sobreviver. Outros são ricos e abastados, mas mendigam o pão da tranquilidade e da felicidade."

Nas relações desiguais (...professor/aluno, executivo/funcionário) é fácil para os que estão em uma posição superior silenciar os que estão em uma posição inferior. Quem usa o poder para impor suas idéias não é digno do poder do qual está investido.

Nessa eu me achei:

"O dinheiro não traz em si felicidade, mas a sua falta a tira intensamente."

sábado, 17 de julho de 2010

CONTRADITÓRIO

SENTIR-SE
SEGURA
COM QUEM NÃO
OFERECE NADA.

domingo, 23 de maio de 2010

EU USO ÓCULOS

Por que você não olha prá mim? Bem, talvez você até olhe, mas se eu estiver no meu momento "sem óculos" de nada vai adiantar. Sofro de um problema contrário ao da maioria das pessoas que já passaram dos quarenta, enxergo muitíssimo bem de perto e muitíssimo mal de longe. Detalhe, quando digo longe não é como daqui pro outro lado da rua e sim daqui prá qualquer objeto que esteja a mais de 50 cm dos meus olhos. Não sou cega, sou dependente de óculos. Perco o foco, não vejo detalhes e sendo mulher, é claro que sou detalhista.

Enxergar bem de perto me obriga a ficar num tira e põe dos óculos de irritar qualquer mortal, e invariavelmente me coloca em situações que só quem tem esse mesmo defeitinho conhece.

Qual a cor do seu sabonete? Não lembra. Ah, os meus são sempre rosa, verdes ou qualquer cor que destoe do meu piso do banheiro que é branco. Cansei de ficar de quatro apalpando o chão!!!

Saber onde deixei os óculos para realizar tarefas como ler, escrever, digitar, fazer as unhas (da mão é claro, porque os pés eu não enxergo), é imprescindível para não perder um tempão apalpando sofá, cama, rack, mesa e até mesmo o tapete em busca do objeto perdido e "invisível" a olho nú.

Colar em provas nem pensar. O tira e põe dos óculos chama a atenção de qualquer professor. Cadeira de cabelereiro é outro transtorno. "Pode tirar os óculos, por favor?", a vontade é dizer não, que não posso senão não vou saber o que ela está aprontando nas minha cabeça, mas acabo tirando e aí o objeto só volta pro rosto depois que tudo está pronto e então não adianta reclamar se ela passou uma tinta mais larranja do que o dourado que eu havia pedido.


Recentemente consegui abordar um tema quase proibido com uma pessoa super, hiper, mega especial para mim. Gente, finalmente depois de muito ensaio consegui verbalizar meus pensamentos e a criatura entrou na "minha" e resolver soltar a língua, só que a distância entre nós era de um "quarto", ou seja, ele estava na porta e eu na cama e só prá variar, sem óculos. Perdi toda a expressão do seu rosto enquanto falava. Meu cérebro dividiu-se em duas tarefas: a de ouvir e assimilar as palavras esperadas por tanto tempo e a de me amaldiçoar por não ter deixado os óculos ao lado da cama como sempre faço.

Espelho no teto é totalmente inútil, se estiver próximo a cabeceira da cama, dependendo da posição consigo ver meu próprio rosto o que me desconcentra, portanto dispenso. Assim como dispenso também filmes pornô. Dá prá imaginar porque , né?

Enquanto não corrijo esse "defeitinho" com uma cirurgia de 10 minutos que custa 10 vezes o que sobra do meu salário do mês me resta usá-lo como tema prá encher linguiça.

Aproveito para agradecer a paciência do Edson, Rose, Sio, Mamãe, Filhote e todos os que se encarregam de procurar o bendito objeto quando não sei onde deixei e não consigo "enxergar" para procurar. Calma gente, um dia isso acaba.

Ósculo a todos.

Vânia

sexta-feira, 12 de março de 2010

A Caçula

Quando bebê não dormia. Tinha choro estridente, chorava até perder o fôlego e ficar roxinha. Estranhava todos. Pobre mãe! Não havia braço que aguentasse.
Frágil, magrinha, nem mesmo o cabelo tinha força prá crescer. Ralo, loiro quase branco. Ela era bem diferente dos seus irmãos.
Cresceu protegida. Ninguém podia contrariá-la. Pobres irmãos! Não havia meio de se livrar da chatinha, que fazia bico e ia às lagrimas num piscar de olhos.
O primeiro dia no "prézinho" foi um caos. Chacoalhou o portão até não ter mais forças, chorou e dormiu no colo na "tia". Depois acostumou, era paparicada pela professora e pelos funcionários. De uniforme xadrez vermelho, tênis bamba e maria-chiquinha nos cabelos lá ia ela prá mais um dia de aula e de muitos elogios.
Nessa época o que ela mais tinha eram manchas roxas na roupa, pele e cabelos oriundas de horas trepada no pé de amora do quintal. Tinha casa na goiabeira, nojo de minhocas, brincava de ser professora e tomava muita injeção por conta de sua garganta que vivia inflamada.
Aos dez anos sua brincadeira predileta era arremessar goiabas podres nos veículos que trafegavam por sua rua e dedurar os irmãos quando algo dava errado.
Aos treze mudou-se do paraíso, da escola, de amigos e de brincadeiras. Agora frequentava domingueiras, beijava na boca e curtia rock'n roll.
Ao contrário dos irmãos, gostava de estudar o que lhe proporcionou trabalhar apenas quando completou 18 anos. Aos 19 estava na faculdade e descobriu que sua vida era muito boa quando comparada a de seus melhores amigos.
Quase casou aos 22. Deisistiu da faculdade, afinal tinha muito tempo pela frente para estudar. Namorou, sonhou, viajou, sofreu, riu, bebeu, fumou, dirigiu, gastou, ganhou, amou, vendeu, chorou. Tudo com muita intensidade e nenhuma responsabilidade.
Passou a assistir aos shows de seus ídolos sempre sozinha. No começo era por falta de companhia depois passou a ser por opção. Assim não tinha que se preocupar com a segurança de ninguém, só a dela. Viu de Camisa de Vênus e Rolling Stones até Carmina Burana e Maria Bethania. Decididamente ela era estranha.
Aoa 30 cansou. Casou teve um filho, separou, quebrou todas as regras familiares. Aos 37 comprou casa, aos 39 voltou prá faculdade, aos 42 se formou e agora não sabe o que fazer com o canudo. A única utilidade que desobriu é poder ter cela especial no caso de matar alguém.
Sabe que não tem braços prá segurá-la e portanto não chora mais. Dorme com facilidade, pois descobriu que dormindo não pensa. Trabalha e dá trabalho. Só pensa no futuro imediato e ainda vive fora das regras. Ama a vida e continua tendo nojo de minhocas.