domingo, 23 de maio de 2010

EU USO ÓCULOS

Por que você não olha prá mim? Bem, talvez você até olhe, mas se eu estiver no meu momento "sem óculos" de nada vai adiantar. Sofro de um problema contrário ao da maioria das pessoas que já passaram dos quarenta, enxergo muitíssimo bem de perto e muitíssimo mal de longe. Detalhe, quando digo longe não é como daqui pro outro lado da rua e sim daqui prá qualquer objeto que esteja a mais de 50 cm dos meus olhos. Não sou cega, sou dependente de óculos. Perco o foco, não vejo detalhes e sendo mulher, é claro que sou detalhista.

Enxergar bem de perto me obriga a ficar num tira e põe dos óculos de irritar qualquer mortal, e invariavelmente me coloca em situações que só quem tem esse mesmo defeitinho conhece.

Qual a cor do seu sabonete? Não lembra. Ah, os meus são sempre rosa, verdes ou qualquer cor que destoe do meu piso do banheiro que é branco. Cansei de ficar de quatro apalpando o chão!!!

Saber onde deixei os óculos para realizar tarefas como ler, escrever, digitar, fazer as unhas (da mão é claro, porque os pés eu não enxergo), é imprescindível para não perder um tempão apalpando sofá, cama, rack, mesa e até mesmo o tapete em busca do objeto perdido e "invisível" a olho nú.

Colar em provas nem pensar. O tira e põe dos óculos chama a atenção de qualquer professor. Cadeira de cabelereiro é outro transtorno. "Pode tirar os óculos, por favor?", a vontade é dizer não, que não posso senão não vou saber o que ela está aprontando nas minha cabeça, mas acabo tirando e aí o objeto só volta pro rosto depois que tudo está pronto e então não adianta reclamar se ela passou uma tinta mais larranja do que o dourado que eu havia pedido.


Recentemente consegui abordar um tema quase proibido com uma pessoa super, hiper, mega especial para mim. Gente, finalmente depois de muito ensaio consegui verbalizar meus pensamentos e a criatura entrou na "minha" e resolver soltar a língua, só que a distância entre nós era de um "quarto", ou seja, ele estava na porta e eu na cama e só prá variar, sem óculos. Perdi toda a expressão do seu rosto enquanto falava. Meu cérebro dividiu-se em duas tarefas: a de ouvir e assimilar as palavras esperadas por tanto tempo e a de me amaldiçoar por não ter deixado os óculos ao lado da cama como sempre faço.

Espelho no teto é totalmente inútil, se estiver próximo a cabeceira da cama, dependendo da posição consigo ver meu próprio rosto o que me desconcentra, portanto dispenso. Assim como dispenso também filmes pornô. Dá prá imaginar porque , né?

Enquanto não corrijo esse "defeitinho" com uma cirurgia de 10 minutos que custa 10 vezes o que sobra do meu salário do mês me resta usá-lo como tema prá encher linguiça.

Aproveito para agradecer a paciência do Edson, Rose, Sio, Mamãe, Filhote e todos os que se encarregam de procurar o bendito objeto quando não sei onde deixei e não consigo "enxergar" para procurar. Calma gente, um dia isso acaba.

Ósculo a todos.

Vânia

Um comentário:

  1. oi Vaninha!!!!

    você está escrevendo muito bem como sempre... mas me deixou um tantinho curiosa... hihi.... qual foi esse tal tema aboradado e com quem.... hein hein....

    bjinhossss
    saudades

    ***que tal escrever um livro!!!!

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